É isso aí, leitores e leitoras do Game Analyticz. Agora, aqui no blog, teremos com certa periodicidade entrevistas com alguns dos nomes mais legais do game design brasileiro e internacional. Para inaugurarmos esta nova categoria no blog, convidei meu amigo e game designer Marcos Macri, criador da MS JOGOS, para contar um pouco sobre os desafios de se fazer jogos e trabalhar criando games no mercado brasileiro.
Compartilhem, comentem e mandem sugestões!
#GoGamers
1-) Macri, há alguns anos você decidiu montar sua empresa de games. Fale um pouco dos maiores desafios dessa empreitada.
Olá, Vince e leitores do blog! É um prazer conversar com vocês! Bem, o que me levou a criar o selo MS Jogos em 2012 foi o desejo de publicar jogos de tabuleiro de minha autoria. Porém, com o passar do tempo descobri que as dificuldades para se produzir jogos analógicos em nosso país eram variadas e desgastantes. Não temos fornecedores especializados na fabricação de componentes e nem gráficas que garantam 100% de qualidade e perfeição na produção. Importar peças de madeira como meeples, por exemplo, torna-se inviável para baixas tiragens. Fora isso, a MS atua num mercado de nicho e nossos produtos dividem cada vez mais a atenção com dezenas de lançamentos de títulos estrangeiros traduzidos para o português. Apesar disso, em quatro anos de existência, publicamos um total de doze títulos, entre inéditos e reedições.
2-) Qual o jogo que você criou que foi mais desafiador? Por que?
Como me esforço para criar e desenvolver jogos com mecânicas e estilos que os tornem muito diferentes uns dos outros, cada novo projeto que inicio é um desafio único. Quase sempre, as soluções de design utilizadas no jogo A não se encaixam de modo algum no jogo B, e esse é o grande "barato" da profissão. É necessário abusar da criatividade e do nosso "feeling" - que vai se aprimorando com o tempo e com a experiência. Por isso, creio que Jester (o nº7 da Coleção MS) que foi o vencedor do Prêmio Ludopedia 2015 de Melhor Jogo do Ano pela escolha do Júri, foi talvez um projeto bastante desafiador, por se tratar de um jogo relativamente pesado e com inúmeras formas de pontuação.
3-) O mercado de board games está crescendo bastante no Brasil. Este fato ajuda as produtoras independentes?
Ajuda. Não apenas as produtoras independentes, mas também todos aqueles que trabalham com jogos, sejam ilustradores, distribuidores, lojistas, game designers etc.. Importante ressaltar que há poucos anos atrás não tínhamos uma série de eventos, grupos virtuais e físicos, editoras, financiamentos coletivos, lojistas, torneios e luderias como temos atualmente. A reunião de todos esses elementos faz o mercado e ele próprio acaba filtrando e consolidando as boas iniciativas e os bons profissionais.
4-) O que vem da MS Games por aí? Conta um pouco das novidades.
No próximo dia 12 de setembro lançaremos o nº8 da Coleção MS - Chaparral - um jogo de alocação de trabalhadores com tema de Velho oeste. Em novembro relançaremos Aquarium, outro jogo de estratégia, porém ambientado no fundo do oceano, numa cidade submarina. Ele foi publicado em 2015, numa baixa tiragem, e merece outra edição. Para o 1º semestre de 2017, pretendemos relançar Gran Circo, um jogo leve e divertido para toda a família; OVNI, totalmente repaginado, com nova arte, poderes para as raças alienígenas e regras para dois jogadores e o nº 9 da Coleção MS, que possivelmente será um jogo com tema de piratas ou então sobre o Egito antigo. Isso irá depender do nível de progresso no desenvolvimento de cada um deles nos próximos meses.
5-) Deixe uma mensagem final para a galera que deseja produzir games no Brasil.
Se este é o seu sonho e/ou objetivo, persista. Hoje existem mais recursos e possibilidades disponíveis no mercado do que havia em 2012 quando iniciei as atividades da MS Jogos. Porém, creio que seria conveniente, antes de qualquer iniciativa, pesquisar e compreender o mercado de jogos analógicos no país, seja através das redes sociais, dos eventos de boardgames ou das inúmeras fontes de pesquisa e informação que podem ser facilmente detectadas no meio lúdico. Isso dará a você uma visão mais ampla sobre a atividade e consequentemente te ajudará a tomar as melhores decisões para o seu projeto.
Agradeço a você, meu caro Vince, pelo convite para esta entrevista. E um forte abraço a todos, com muitas jogatinas!
Marcos Macri, 45 anos, paulistano, casado, mágico profissional e game designer. Como mágico atua no segmento infantil, realizando shows em escolas, clubes e buffets. Como designer atua no segmento infanto juvenil e adulto, criando e desenvolvendo jogos de estratégia para o mercado corporativo e de entrenimento social. Coordena o selo MS Jogos desde 2012, através do qual publica jogos de sua autoria.
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#GoGamers
1-) Macri, há alguns anos você decidiu montar sua empresa de games. Fale um pouco dos maiores desafios dessa empreitada.
Olá, Vince e leitores do blog! É um prazer conversar com vocês! Bem, o que me levou a criar o selo MS Jogos em 2012 foi o desejo de publicar jogos de tabuleiro de minha autoria. Porém, com o passar do tempo descobri que as dificuldades para se produzir jogos analógicos em nosso país eram variadas e desgastantes. Não temos fornecedores especializados na fabricação de componentes e nem gráficas que garantam 100% de qualidade e perfeição na produção. Importar peças de madeira como meeples, por exemplo, torna-se inviável para baixas tiragens. Fora isso, a MS atua num mercado de nicho e nossos produtos dividem cada vez mais a atenção com dezenas de lançamentos de títulos estrangeiros traduzidos para o português. Apesar disso, em quatro anos de existência, publicamos um total de doze títulos, entre inéditos e reedições.
2-) Qual o jogo que você criou que foi mais desafiador? Por que?
Como me esforço para criar e desenvolver jogos com mecânicas e estilos que os tornem muito diferentes uns dos outros, cada novo projeto que inicio é um desafio único. Quase sempre, as soluções de design utilizadas no jogo A não se encaixam de modo algum no jogo B, e esse é o grande "barato" da profissão. É necessário abusar da criatividade e do nosso "feeling" - que vai se aprimorando com o tempo e com a experiência. Por isso, creio que Jester (o nº7 da Coleção MS) que foi o vencedor do Prêmio Ludopedia 2015 de Melhor Jogo do Ano pela escolha do Júri, foi talvez um projeto bastante desafiador, por se tratar de um jogo relativamente pesado e com inúmeras formas de pontuação.
3-) O mercado de board games está crescendo bastante no Brasil. Este fato ajuda as produtoras independentes?
Ajuda. Não apenas as produtoras independentes, mas também todos aqueles que trabalham com jogos, sejam ilustradores, distribuidores, lojistas, game designers etc.. Importante ressaltar que há poucos anos atrás não tínhamos uma série de eventos, grupos virtuais e físicos, editoras, financiamentos coletivos, lojistas, torneios e luderias como temos atualmente. A reunião de todos esses elementos faz o mercado e ele próprio acaba filtrando e consolidando as boas iniciativas e os bons profissionais.
4-) O que vem da MS Games por aí? Conta um pouco das novidades.
No próximo dia 12 de setembro lançaremos o nº8 da Coleção MS - Chaparral - um jogo de alocação de trabalhadores com tema de Velho oeste. Em novembro relançaremos Aquarium, outro jogo de estratégia, porém ambientado no fundo do oceano, numa cidade submarina. Ele foi publicado em 2015, numa baixa tiragem, e merece outra edição. Para o 1º semestre de 2017, pretendemos relançar Gran Circo, um jogo leve e divertido para toda a família; OVNI, totalmente repaginado, com nova arte, poderes para as raças alienígenas e regras para dois jogadores e o nº 9 da Coleção MS, que possivelmente será um jogo com tema de piratas ou então sobre o Egito antigo. Isso irá depender do nível de progresso no desenvolvimento de cada um deles nos próximos meses.
5-) Deixe uma mensagem final para a galera que deseja produzir games no Brasil.
Se este é o seu sonho e/ou objetivo, persista. Hoje existem mais recursos e possibilidades disponíveis no mercado do que havia em 2012 quando iniciei as atividades da MS Jogos. Porém, creio que seria conveniente, antes de qualquer iniciativa, pesquisar e compreender o mercado de jogos analógicos no país, seja através das redes sociais, dos eventos de boardgames ou das inúmeras fontes de pesquisa e informação que podem ser facilmente detectadas no meio lúdico. Isso dará a você uma visão mais ampla sobre a atividade e consequentemente te ajudará a tomar as melhores decisões para o seu projeto.
Agradeço a você, meu caro Vince, pelo convite para esta entrevista. E um forte abraço a todos, com muitas jogatinas!
Marcos Macri, 45 anos, paulistano, casado, mágico profissional e game designer. Como mágico atua no segmento infantil, realizando shows em escolas, clubes e buffets. Como designer atua no segmento infanto juvenil e adulto, criando e desenvolvendo jogos de estratégia para o mercado corporativo e de entrenimento social. Coordena o selo MS Jogos desde 2012, através do qual publica jogos de sua autoria.
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