terça-feira, 28 de maio de 2013

Wiz-War

O jogo é antigo, mas o skin é novo. Wiz-War é um jogo que, segundo o BGG, está em sua oitava edição. Já sofreu uma repaginada brutal com o passar dos anos e ganhou um pack portentoso de componentes e acabamento. A temática "medieval com magos" é batida, mas ainda funciona em alguns núcleos lúdicos. Mais um título da ludoteca de games "cheios de componentes" do amigo Estevão.



O game é jogado em um tabuleiro modular e basicamente é um "pegue a bandeira" com feiticeiros. Cada jogador possui um deck de poderes e deve roubar tesouros e enfrentar na porrada os magos oponentes.



A quantidade de texto nas cartas me desanimou. É muita informação textual e pouco ícone. A partida demorou para engrenar por conta disso. Outro ponto: achei que o game tem um final meio repentino. Em duas rápidas jogadas um jogador finaliza a partida sem dar chance de resposta.



Como eu disse no início, os componentes são bem legais, mas acho que faltou uma equilibrada. Joguei com duas cartas que destruíram 75% da vida de um oponente em duas jogadas.



Talvez seja uma primeira impressão que precisa ser melhorada com uma segunda partida, mas por enquanto leva 5. Imagens do BGG.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Nightfall

Card game com temática de criaturas da noite (vampiros, lobisomens, zumbis, etc). Mais um filho pródigo da safra de deck buildings que invadiu o mercado nos últimos anos. A lógica é simples: baixe as tranqueiras, se livre rápido delas e conquiste peças melhores para o seu deck.



Apesar da sequência de fase ser simples, achei meio confuso o mecanismo de baixar cartas e levar cartas de dano. O texto das cartas na mesa do oponente não fica claro e a lógica de se livrar dos seus monstros deixou a desejar. Tem sub mecanismos nas cartas que relacionam fases da lua com poderes, que acabou gerando boa confusão. Lá pela 10 rodada do game ainda não estava claro para os players a sequência que devia ser jogada.



A arte é bacana, mas ficou faltando algo. Demorou um pouco mais do que devia. Nota 4 pra esse. Imagens do BGG.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Takenoko

Takenoko (que segundo minha amiga Bia Bonduki é "broto de bambu" em japonês) é um game bem simpático que mistura dados, action points e controle de área. Jogo leve e com visual bem bonito certamente possui um apelo grande em relação ao público feminino. A narrativa do jogo é baseada em uma história real onde o imperador do Japão envia um panda de presente para um reino vizinho e o nobre que ganhou o bicho tem que cuidar dele com todo esmero (os board games surpreendem com a versatilidade de temas).



No tabuleiro modular cada player deve movimentar o panda para comer, mover o agricultor para plantar bambus coloridos, criar canais de irrigação, ampliar o terreno com tiles e usar poderes especiais no solo. Cartas de objetivo fazem os pontos e cada jogador deve combinar bambus coloridos com desenhos específicos de tiles no tabuleiro. O panda e o agricultor são de uso coletivo e a cada rodada deve rolar um reposicionamento de ambos para atingir pontos/objetivos.



É rápido e certamente é um bom título para apresentar para amigos que estão iniciando nos board games. O pack vem com tiles gigantes, miniaturas pintadas, cartinhas caprichadas, boas ilustrações, pecinhas de bambu e dado de madeira.



Durante a partida (oferecida pelo amigo Estevão) discutimos que este jogo, se fosse mais simplificado iria ser um bom título para o público infantil aqui no Brasil. Porém, é um assunto para daqui uns anos. Levou 5,5. Imagens do BGG.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Quarriors

Esse game chama a atenção pelos componentes. Quarriors é um dice game que vem (no starter pack) com 130 dados (e eu achava que meu game YN - que vem com 42 dados - era exagerado). Pois é, caro leitor, 130 dados coloridos customizados com poderes de raças fantásticas diversas. É bem esquisito e bem caótico. Assinado pelo Sr. Eric Lang é um daqueles games americanos com cartas cheias de textos/poderes e possibilidades de combo mirabolantes.



O jogo em essência é um deck building com dados, ou seja, é um dice building (se é que podemos chamar assim). Cada player começa com um saquinho com 12 dados e deve ir rolando os mesmos para comprar criaturas e magias da mesa. As criaturas e magias são representadas por dados de outras cores, com desenhos e poderes diferenciados. Cada vez que você compra um dado novo ele é adicionado ao seu pool e aumenta as chances de sair uma mão melhor na próxima compra. É divertido usar os dados como criaturas e eles possuem os stats impressos de maneira estratégica (custo, força, defesa e poder especial).



Esteticamente é bem interessante, mas rola uma ligeira confusão visual entre dados, mini tabuleiro e textos das cartas. Cada dado que você adquire possui uma carta de referência no meio da mesa e - muitas vezes - a quantidade de texto é meio grande para uma consulta mais rápida. O game já possui expansões e diverte se a ideia da brincadeira é sacanear o alheio.



É esquisito e ousado na produção. Joguei duas partidas seguidas e ainda quero jogar mais umas três para uma opinião mais aprofundada, mas levou 6 este aqui. Imagens do BGG.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

MAGIC: eu paro quando eu quiser

Fui heavy user de Magic na minha vida. Comecei a jogar em 1993 e, na época, quase tomei bomba em física e química por causa dos divertidos baralhinhos cheios de elfos, monstros, manas, feitiços, artefatos, etc. Cheguei a jogar profissionalmente em campeonatos pelo interior de São Paulo. Porém, teve uma época que cansou um pouco e eu fiz um jejum de Magic na minha vida.

Isso durou alguns anos e depois - pouco a pouco - eu voltei a comprar uma ou outra carta selecionada, um boosterzinho aqui, uma troca de cartas ali e por aí vai. Na semana passada eu o amigo Guilherme Big resolvemos comprar um pack especial que vem com dois decks pré-montados. Pela primeira vez em muitos anos eu cheguei em casa e resolvi "mexer" no baralho e incrementá-lo com algumas pérolas que estavam guardadas no fundo do baú.

O deck que ficou comigo é o vermelho/azul que leva como personagem chave esse dragão malandrão da foto a seguir, o Izzet (um nome bem bosta, por sinal).



Voltando a jogar com gosto, fiz uma reflexão acurada sobre a lógica do Magic e cheguei a algumas ideias que gostaria de dividir com os nobres leitores. Por que o card game em questão nunca para de fazer sucesso? Vamos elencar alguns pontos sobre o assunto:

1) Magic é dinâmico: por mais que algumas cartas se repitam e outras façam a mesma coisa com nome diferente, uma coleção sempre vai interferir na outra e criar novas possibilidades. A ideia de que uma partida nunca é igual a outra é um argumento de vendas muito bom para este tipo de produto

2) Magic sempre inova: tem gente que detesta o que o Magic se tornou hoje. O que mais se escuta é "os caras transformaram um negócio legal em uma coisa overpower". Bom, Magic - acima de tudo - é um negócio como qualquer outro de nossa contemporaneidade capitalista e precisa evoluir. Ter saudade do seu baralhinho monocromático de criaturas não faz parte da lógica de vendas da marca. Ao que tudo indica (e estou falando de volume de vendas) parece que a galera que joga gosta das modificações de ruptura que as novas coleções oferecem. Ahhh sim! Tem gente que se incomoda com a quantidade de coleções que saem todo ano; lei da oferta e demanda, caro amigo. Simples assim. A parte boa é que hoje, com internet, você não precisa mais acumular boosters e pode ir logo comprando só o que te interessa.

3) Magic criou uma escola de card games: pois é, a maioria de card games que foram lançados depois do Magic "ressignificam" algum tipo de elemento do Magic. É muito comum quando se vai explicar um card game novo para um amigo usar "metáforas" do Magic para facilitar o processo, como por exemplo "Aí você vira a carta. Tipo o TAP no Magic. Depois você gasta seus recursos. Tipo a mana no Magic."

4) Magic investe em arte e qualidade: a qualidade é inegável e grande parte das ilustrações são primorosas. Umas das coisas mais legais de colecionar Magic é ficar olhando para os desenhos e flavor texts das cartas.

5) Magic possui história: no princípio do jogo não ficava muito claro que aquilo era um mundo a ser explorado pelos jogadores, mas com o passar dos anos a marca começou a se preocupar em criar uma narrativa que une uma coleção com outra. Goste ou não, é uma maneira interessante de contar uma história combinando pequenas narrativas nos textos de cada cartinha.

6) Magic é lúdico: a lista poderia ser infinita, mas eu vou terminar por aqui (já falei em um post antigo que Magic é um assunto que requer um blog próprio). O grande mérito do Magic é que ele consegue ser lúdico e se reinventar para diferentes gerações. O que o Sr. Richard Garfield criou lá na década de 1990 não era um mero jogo das "cinco cores da magia" e sim uma plataforma expansível de entretenimento.

Dentro desta lógica eu me pergunto se algum dia eu vou deixar de gostar totalmente de Magic. Apesar de já ter vendido muita carta eu ainda guardo uma meia dúzia de deckzinhos prontos para entrarem em campo. E agora voltei a tomar gosto por comprar mais.

Que venham mais e mais coleções!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

VILLAGE

Jo-ga-ço! Está liderando, junto com o Terra Mystica, o top 3 dos games mais legais que joguei este ano. Village é minha mais recente aquisição para a ludoteca e chegou em um pack com várias novidades que importei recentemente. O game encantou pelo bom uso de mecânica de worker placement aliada ao inúmero rol de possibilidades que o tabuleiro oferece. Não é a toa que levou o Kennerspiel des Jahres de 2012.



A temática é medieval e muito simples: os jogadores são famílias de fazendeiros fazendo sua história em uma pequena vila. As ações são banais, mas muito charmosas: negociar no comércio, enviar um membro da família para estudar no exterior, entrar para a vida religiosa, casar e ter filhos, aprender a fazer ferramentas, criar gado e trabalhar na prefeitura. Porém, cada ação carrega uma série de efeitos que permite uma enorme gama de resultados para o placar do jogo. Todo o desenrolar do jogo funciona em um board principal e cada player possui um mini board que é sua fazenda.



O game usa um sistema de escolha de ações bem divertido onde os players capturam recursos de um pool e devem empregar os mesmos nas diferentes áreas do tabuleiro. Como todo bom euro game classicão, possui aquelas surpresas finais de pontuação que (para quem curte) deixa o game mais legal ainda. A arte é bem simples e segue o padrão euro também; a simplicidade ajuda a não criar um layout confuso e os componentes são de qualidade excelente. Já joguei games de worker placement que é impossível enxergar com clareza o que há disponível para fazer.



O fator sorte é baixo, a rejogabilidade é alta, as possibilidades de variar estratégias são grandes e - sem dúvida - é um game que verá a mesa mais vezes. Já virou um favorito e vai levar nota 9,5. Mais uma excelente peça para a coleção.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Kemet

Tabuleiro portentoso, arte foda, miniaturas variadas e componentes extremamente caprichados. Este é o game Kemet, uma referência a um Egito com criaturas fantásticas e poderes mágicos/especiais. Apesar de termos jogado com algumas regras erradas, não gostei do game. Acabei de comentar com uma amigo no Skype que não curti o game e ele mandou "Mas esse jogo é muito animal! Não concordo com você!" e eu - educadamente - o lembrei que gosto é gosto.



Achei longo demais para o que se propõe. Tem um sistema de batalha meio manjado e - como vários games com poderes sortidos - tende a deixar os players criarem uns combinhos ligeiramente violentos. É questão de gosto e eu realmente não senti muita firmeza.



Cada jogador controla um deus e um exército. Através de "pontos de fé", é possível evoluir suas pirâmides (representadas por D4s gigantes) para conquistar tiles especiais de poder. Estes tiles permitem aumentar força, reforçar defesa e assumir o controle de criaturas fantásticas (escorpião gigante, phoenix, etc.). Os players adquirem pontos em batalhas e dominando templos, daí se dá a parte de pancadaria do jogo.



Ainda quero jogar novamente (com as regras afinadas), mas por enquanto está levando 4,5. Este é um título da ludoteca do amigo Estevão. Imagens do BGG.