De uma maneira bastante sintética, “op art” é uma abreviação para “optical art”, um estilo artístico que dialoga com ilusões de ótica e que se utiliza – normalmente – de formas abstratas em suas obras. Há inúmeros expoentes deste estilo, mas – neste post – eu gostaria de falar um pouquinho sobre dois caras que são uma enorme inspiração para criar jogos de tabuleiro: Victor Vasarely e Milan Dobeš. É isso mesmo, você não leu errado. As obras destes dois sujeitos são referências super legais para a gente pensar grids para boardgames (sobretudo os do gênero abstrato). Vamos falar um pouquinho sobre o trabalho dos artistas em questão para voltarmos para o assunto game na sequência.
Conheci o trabalho de Victor Vasarely (1906-1997) na Hungria, em 2010. Em uma das avenidas mais movimentadas de Budapest havia uma reprodução de uma de suas obras. Fiquei fascinado pelo movimento causado pelas formas e cores. Anotei o nome dele e fui pesquisar na internet. Visitei alguns museus da cidade que possuíam obras dele e fui descobrindo mais sobre sua vida: que ele possuía descendência húngara e francesa, que foi um dos dos “líderes” do movimento de op art e que produziu um sem número de trabalhos em seus 90 anos de vida.
Vasarely influenciou outros nomes e fez escola com suas obras. Ao pesquisar mais, descobri um
museu com seu nome na cidade de Pécs (interior da Hungria) e que abriga grande parte do seu trabalho (vale frisar que os quadros deles estão espalhados por diversos museus importantes do mundo). Só consegui visitar o museu no ano retrasado, mas foi uma experiência sobrenatural. Cada quadro parecia conversar comigo e dar uma ideia de um grid diferente para vários board games. De certa maneira, algumas obras do Sr. Victor parecem te convidar para movimentar as peças e entabular um embate com um player 2 imaginário.
Ao pesquisar sobre a vida e obra de Vasarely, travei contato com outro nome importante desse estilo artístico: Milan Dobeš. Dobeš, que é eslovaco é um expoente da op art cinética. Pois é, o cara usa alavancas, engrenagens e motores em algumas de suas obras para gerar movimento e intensificar a ilusão de ótica ali apresentada. Eu pesquisei um pouco do trabalho de Dobeš, mas não tinha ideia de que um dia moraria em Bratislava, cidade que abriga um
museu com seu nome e com grande parte de suas obras.
Bom, mas o que essa doideira ótica toda tem a ver com games? Tudo! Sabemos da importância de ter referências variadas para criar jogos. Trabalhos artísticos de caras como Vasarely e Dobeš podem ser inspirações extremamente relevantes e diferenciadas em um processo criativo de jogos. Principalmente quando estamos criando os grids que a ação do jogo irá ocorrer (com ênfase especial nos jogos abstratos).
Para mostrar um pouquinho como isso funciona na prática, compartilho alguns grids de tabuleiros de jogos que publiquei aqui no Brasil a seguir.
Inspiração para criar jogos está em todos os lugares. E a sua? De onde vem?
#GoGamers
Publicado originalmente no site Update or Die.