Fui heavy user de
Magic na minha vida. Comecei a jogar em 1993 e, na época, quase tomei bomba em física e química por causa dos divertidos baralhinhos cheios de elfos, monstros, manas, feitiços, artefatos, etc. Cheguei a jogar profissionalmente em campeonatos pelo interior de São Paulo. Porém, teve uma época que cansou um pouco e eu fiz um jejum de Magic na minha vida.
Isso durou alguns anos e depois - pouco a pouco - eu voltei a comprar uma ou outra carta selecionada, um boosterzinho aqui, uma troca de cartas ali e por aí vai. Na semana passada eu o amigo Guilherme Big resolvemos comprar um pack especial que vem com dois decks pré-montados. Pela primeira vez em muitos anos eu cheguei em casa e resolvi "mexer" no baralho e incrementá-lo com algumas pérolas que estavam guardadas no fundo do baú.
O deck que ficou comigo é o vermelho/azul que leva como personagem chave esse dragão malandrão da foto a seguir, o Izzet (um nome bem bosta, por sinal).
Voltando a jogar com gosto, fiz uma reflexão acurada sobre a lógica do Magic e cheguei a algumas ideias que gostaria de dividir com os nobres leitores. Por que o card game em questão nunca para de fazer sucesso? Vamos elencar alguns pontos sobre o assunto:
1) Magic é dinâmico: por mais que algumas cartas se repitam e outras façam a mesma coisa com nome diferente, uma coleção sempre vai interferir na outra e criar novas possibilidades. A ideia de que uma partida nunca é igual a outra é um argumento de vendas muito bom para este tipo de produto
2) Magic sempre inova: tem gente que detesta o que o Magic se tornou hoje. O que mais se escuta é "os caras transformaram um negócio legal em uma coisa
overpower". Bom, Magic - acima de tudo - é um negócio como qualquer outro de nossa contemporaneidade capitalista e precisa evoluir. Ter saudade do seu baralhinho monocromático de criaturas não faz parte da lógica de vendas da marca. Ao que tudo indica (e estou falando de volume de vendas) parece que a galera que joga gosta das modificações de ruptura que as novas coleções oferecem. Ahhh sim! Tem gente que se incomoda com a quantidade de coleções que saem todo ano; lei da oferta e demanda, caro amigo. Simples assim. A parte boa é que hoje, com internet, você não precisa mais acumular boosters e pode ir logo comprando só o que te interessa.
3) Magic criou uma escola de card games: pois é, a maioria de card games que foram lançados depois do Magic "ressignificam" algum tipo de elemento do Magic. É muito comum quando se vai explicar um card game novo para um amigo usar "metáforas" do Magic para facilitar o processo, como por exemplo "Aí você vira a carta. Tipo o TAP no Magic. Depois você gasta seus recursos. Tipo a mana no Magic."
4) Magic investe em arte e qualidade: a qualidade é inegável e grande parte das ilustrações são primorosas. Umas das coisas mais legais de colecionar Magic é ficar olhando para os desenhos e
flavor texts das cartas.
5) Magic possui história: no princípio do jogo não ficava muito claro que aquilo era um mundo a ser explorado pelos jogadores, mas com o passar dos anos a marca começou a se preocupar em criar uma narrativa que une uma coleção com outra. Goste ou não, é uma maneira interessante de contar uma história combinando pequenas narrativas nos textos de cada cartinha.
6) Magic é lúdico: a lista poderia ser infinita, mas eu vou terminar por aqui (já falei em um post antigo que Magic é um assunto que requer um blog próprio). O grande mérito do Magic é que ele consegue ser lúdico e se reinventar para diferentes gerações. O que o Sr. Richard Garfield criou lá na década de 1990 não era um mero jogo das "cinco cores da magia" e sim uma plataforma expansível de entretenimento.
Dentro desta lógica eu me pergunto se algum dia eu vou deixar de gostar totalmente de Magic. Apesar de já ter vendido muita carta eu ainda guardo uma meia dúzia de deckzinhos prontos para entrarem em campo. E agora voltei a tomar gosto por comprar mais.
Que venham mais e mais coleções!