domingo, 22 de junho de 2025

Quack-Quack, corrupt ducks

Esse aqui é bem pitoresco tematicamente. Olha só a resenha: Em uma dinastia de patos em crise, os jogadores alternam entre ser oficiais corruptos, inspetores reais ou revolucionários. Durante o jogo, os participantes se envolvem em "Lutas pelo Poder, onde devem jogar combinaçoes de cartas mais fortes que as anteriores. Os jogadores tentam se livrar de todas as suas cartas o mais rápido possível para ganhar moedas. Após trés rodadas, o jogador ou dupla com mais moedas vence. O game é coreano e é uma pérola!



Quack-Quack, corrupt ducks ou Quack-Quack patota corrupta na versão da Samba Estúdios, é um climbing game que os jogadores precisam gerenciar suas mãos para ganhar sequências. Há o inspetor disfarçado de mendigo, o povão, os guardas, os secretários e os governadores. Cartas vão sendo jogadas até que o governador acabe com a bagunça ou haja um levante popular ou uma fiscalização secreta.



O que é curioso desse game é que mesmo com o abstracionismo do climbing, ele tem uma lore muito aderente com a mecânica que faz com que a sequência de escalada faça sentido no contexto de revolução popular. O manual tem umas boas doses de ludicidade sugerindo aplaudir os levantes populares, por exemplo.

Adorei.

Comprei, joguei e já coloquei num lugar de destaque na ludoteca.

#GoGamers

Pipoca

Game muito legal do arthur Lacerda do Onda que foi distribuído em um pack promocional da Samba Estúdios no DOFF 2025. Pipoca é um climbing para dois jogadores que tem um diferencial: ele foi projetado para ser jogado de pé. É isso mesmo. A ideia é você poder jogar em uma fila ou em algum lugar que não tem mesa. Dada a fila do DOFF 2025, acho que dava pra ter jogado umas 1083527 de Pipoca antes de entrar no evento.



Basicamente, cada player tem 8 cartas na mão e é preciso fazer a escalada. Simples perde para sequência que perde para dupla que perde para trinca. Cada vez que você faz o climbing, as cartas voltam para a sua mão e são rotacionadas para mudar de número. Muito engenhoso e simples esse mecanismo. Assim, você pode ir combando até bater a mão.



Bom demais ver o minimalismo em ação. Adorei o promo game e já joguei umas 10 partidas nesse final de semana. Vou deiaxr um vídeo de regras para quem quiser saber mais do jogo:



Sucesso demais para a Samba Estúdios!

#GoGamers

Slide

E vamos de mais um pocket da Paper Games para a ludoteca. A última aquição foi Slide, um game abstrato de organizar números em um grid de 4x4.



É muito simples: os jogadores montam um grid de 16 cartas (4x4) viradas para baixo. A cada rodada todo mundo (joga-se de 2 a 6) revela uma carta no meio da mesa. O jogador da vez escolhe primeiro e segue em sentido horário. Daí, é preciso colocar a peça que foi pega empurrando outras para que ela não fique no mesmo lugar. Os números (que vão de 1 até 10) que estiverem ortogonalmente ligados não pontuam e o objetivo é fazer o mínimo de pontos possíveis. Olha o resumo do verso da caixa a seguir:



Fazia tempo que não pegava um abstrato rapidinho e gostoso igual esse.

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Jardim Encantado

Ahhhhh, esse aqui eu ganhei de presente do amigo Parma com autógrafo! Jardim Encantado é uma criação do próprio Rafael Verri (também conhecido como Parma) que estava em destaque no DOFF 2025 no estande da Ludofun.



Jardim Encantado é uma versão card game com vaza do Splendor. O Parma misturou elementos para criar essa experiência. Há uma série de jardins encantados de três níveis na mesa e os players devem jogar uma série de vazas para conquistar os melhores cristais. Com cristais, você compra terrenos e com terrenos agiliza sua compra de terrenos mais poderoso. As vazas são must follow e você precisa escolher seus cristais com sabedoria para fazer bonito na fase de aquisição.



É possível ganhar o game fazendo pontos com terrenos de jardim ou fadas. Quem marca 12 primeiro, leva.



Sucesso e vida longa para a Ludofun!

#GoGamers

Meio

Opa! Grande lançamento dos amigos Fel Barros e Maurício Torselli no Doff 2025. Como não poderia deixar de ser, o game é uma vaza.



Cada jogador recebe 13 cartas no início do jogo e deve separar uma mão com 7 cartas e uma com 6 cartas. A primeira parte será jogada com o deck de 7 cartas e a segunda com o de 6. O objetivo é fazer o mesmo número de vazas nas duas rodadas tentando conseguir a menor pontuação (mais próxima de zero). Há cartas com poderes especiais para dar um toque extra nas partidas e a possibilidade de jogar em duplas.



É simples, rápido, estratégico, joga-se de 2-5 players e tem uma arte estilosa ao extremo.

Mais um pra coleção de vazas que não para de crescer.

#GoGamers

DOFF 2025: um evento de sentimentos divididos

Faz dez anos que frequento o Diversão Offline. Quando tudo era mato, estava eu e mais um punhado de entusiastas de boardgame e cardgame fazendo um encontro simples, divertido e que celebrava nosso hobby tão querido.

Os anos foram passando, a cena foi crescendo e - este ano - a promessa do maior DOFF de todos empolgou muita gente. Teve divulgação mais ampla, teve mais patrocínio, teve uma venda grande de ingresso, teve mais estandes confirmados e... teve uma fila surreal.

Fila pra mim é algo que eu abomino. E, em 2025, pegar duas horas para entrar num evento está fora de questão. Isso matou boa parte da minha experiência no DOFF de 10 anos. Reclamação de uma voz solitária no meio do deserto, eu sei. Escrevo aqui como um diário para revisitar de tempos em tempos, mas foi um começo de evento lamentável.

Cheguei perto das 11h. Achei que ia estar com uma fila grande, mas não imaginava que seria algo que estava dando 15 voltas (sim, 15) no Expo Center Norte.

Não tinha sinalização. Tinham poucas pessoas para organizar a bagunça. Quando a gente entrava no evento, descobria que tinha a fila da fila com um caos de pessoas abanando a mão para escanear QR code.

Faltou pessoal.

Faltou totem de auto atendimento.

Faltou poder imprimir crachá em casa.

Faltou.

Entrei cansado no Expo Center Norte. Duas horas de pé é dureza. O que entendi disso? O DOFF não soube crescer. Quem sou eu para opinar em organização de evento? Poxa, sou uma das muitas pessoas que pagaram uma grana razoável para ficar feito tonto em um sábado de manhã dando volta. Não pude perder a piada e deixar de fazer essa imagem:



Outra coisa que me deixou triste, logo na entrada do evento, foi ver a galera da organização empilhando as doações de alimento debaixo da escada. Baita bagunça e baita descaso com a comida. Achei feio.



Mas, teve coisa boa também. Encontrar os amigos Tola, Leo, RMG, Barba, Murilão, Fel, Parma, Torselli e muitos alunos e ex-alunos. Assistir a palestra do Friedemann Friese. Ver o WAR 2 (que eu fiz o game design) em destaque no estande da Grow. Comprar seis games - fazia tempo que não pegava uma leva dessas.











Espero que role um aprendizado com esse evento e que ele volte a ser 100% ano que vem.

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sexta-feira, 20 de junho de 2025

KINGs: TRICKTAKERs

No post anterior falei do game TRICKTAKERs do designer Hiroken. Vamos falar de outro jogo dele que se passa no mesmo universo: o KINGs.



KINGs é uma versão simplifica de TRICKTAKERs. É um game de vaza com uma fase de draft para você escolher cartas de personagens com suas respectivas habilidades. Cada jogador ainda tem uma família real com rei, rainha e valete que vão ditar habilidades únicas por partida. É uma vaza assimétrica também.





Tem um visual bem fofo e eu gostei mais que o TRICKTAKERs, mas - como no outro - é muita regra para pouco jogo. A fase de draft demora demais e a vaza em si passa correndo. Gostei de conhecer, mas nunca compraria.

#GoGamers

TRICKTAKERs

Cacetada, esse aqui é muita regra para pouco jogo. Não consegui gostar de TRICKTAKERs. O título japonês é um game de vaza no qual, assim que você pega suas cartas, você escolhe um personagem com poderes específicos. Tem o rei, o eremita, o gambler etc. A questão é que cada personagem tem regras próprias para ganhar uma vaza. Alguns tem sets de cartas, tokens, dados etc. para modelar suas habilidades. Isso dá uma complexidade para o game que, definitivamente, não é algo que eu procuro em jogos hoje. O jogo base tem três rodadas de vaza, e ganha quem fizer mais vazas em duas das três rodadas. Mas se ninguém conseguir isso, quem não fez nenhuma vaza nas três rodadas ganha. O game é assinado pelo designer Hiroken e, aparentemente, vai vir para o Brasil.



Cada personagem te dá uma chance de "vitória imediata" que você pode conseguir na hora. Os personagens também te dão jeitos de fazer pontos, e essa é a última forma de decidir quem ganha: quem tiver mais pontos.



Pra você ter uma ideia das habilidades dos personagens, o gambler pode trocar as cartas da mão inicial por outras, e ainda aposta em quantas vazas ele vai fazer, podendo ganhar uns pontos extras se conseguir. Já a carta da "Resistência" pode causar uma "revolução" que inverte a força das cartas, e ganha mais pontos se conseguir pegar vazas com as cartas que normalmente seriam as "altas".

É daqueles game que demora uma vida pra explicar e, na prática, se joga três rodadas de vaza com cinco cartas na mão.

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Over Million

Olha, acho que esse é um dos top 3 jogos mais feios que eu já joguei na vida. Parece que o layout do game foi feito num arquivo de Power Point. Conheçam o climbing Over Million de Keita Kasagi, uma pérola japonesa que joguei no pré-DOFF desse ano.



Como funciona esse lindo mosaico de cores? A ideia é você baixar um número maior que o da mesa e, se conseguir zerar a mão, você ganha. É um climbing que tem elementos de Scout (de não pode mexer na mão) e de Odin (de montar longos números - até porque o nome do jogo tem a ver com isso).



A parada é que você não pode trocar as cartas que tem na mão. MAS, se rolar umas condições específicas, dá pra juntar as cartas e baixar tudo de uma vez. Tipo, se você tiver "21", "15" e "53", pode combinar pra fazer um 2153. É meio confuso num primeiro momento, mas rola bem.



Na sua vez, você tem duas opções: ou joga uma carta da mão que seja maior que o número da mesa, ou então pega uma carta da esquerda ou da direita da carta que está na mesa e passa a vez.

Eu não sei dizer se gostei ou não. Só consegui achar pitoresco (que é um nome bonito pra "ruim"). =)

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Onstage (aka Sáng Đèn)

Rapaz, esse aqui é um jogo de vazaa com temática de ópera vietnamita. Bom, o game é vietnamita, nada mais justo que trazer um tema local para a parada. Onstage (ou Sáng Đèn nonoriginal) é um jogo de vaza em que você é tipo uma companhia de teatro disputando os melhores artistas pra sua trupe. É um jogo de vaza no qual você tem que seguir o naipe e pega os artistas do palco quando ganha as vazas. O naipe de trunfo é definido pelos artistas mais valiosos que estão no palco e vai mudando durante o jogo, conforme você recruta e mexe na fila dos artistas.



O baralho tem 36 cartas, numeradas de 1 a 9, pra cada um dos 4 naipes. São 3 artistas por naipe, num total de 12 fichas de artista. Cada naipe tem um artista valendo 1, 2 e 3 pontos, que representam, respectivamente, os atores Destaque, Coadjuvante e Principal. E olha sónque legal: a caixa vira um palco para os jogadores irem subindo os artistas (nada demais, mais é um bom charme da embalagem do game).



As cartas com valores 1, 4 e 7 de cada naipe têm uns efeitos pra mexer com os artistas no palco e na fila, o que pode mudar o trunfo atual e as chances de pontuar em cada rodada. A arte do game é bem legal.



Se no final da rodada você for o único jogador sem fichas de artista, você leva todos os artistas que estão no palco como sua pontuação da rodada. Guarde 1 carta entre cada rodada e coloque todos os artistas usados de volta na fila, atrás da fila atual, antes de começar a próxima mão na nova ordem de turno.

Joga-se o mesmo número de rodadas por jogador, e quem tiver a maior pontuação ganha. Na variante de equipes 2 contra 2, você soma a pontuação do seu parceiro no final de cada rodada, mas não pode conversar sobre suas cartas durante o jogo. Joguei a versão de duplas e gostei bastante.

Até fui assistir uns vídeos de ópera do Vietnã no YouTube depois do game. =)

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quinta-feira, 19 de junho de 2025

ODIN

Publicado originalmente pela Helvetiq na Europa, Odin chegou recentemente ao Brasil no formato pocket da Paper Games. O game levou o prêmio As d'Or - Jeu de l'Année award - que é um prêmio francês importante da área. E vou falar: o jogo é bem legal mesmo.



O game usa uma mecânica de climbing, mas com uma boa sacada. O primeiro jogador deve descer uma carta na mesa. Como todo climbing, o próximo deve escalar, mas em Odin tem uma diferença muito interessante. Se a carta jogada foi um 5 VERMELHO, por exemplo, o próximo jogador pode jogar qualquer carta maior que 5 ouuuu jogar duas cartas de mesmo valor ou mesma cor; com um detalhe: elas viram o número inteiro jogado. Por exemplo: se um jogador jogar duas cartas 7, o número da escalada é 77. Se o jogador jogar duas cartas verdes 9 e 4, o número da escalada é 94. E o próximo tem que escalar com duas cartas ou com três cartas nesse esquema.



Outro ponto interessante é que sempre que um jogador joga uma ou mais cartas ele precisa - obrigatoriamente - comprar uma carta jogada pelo jogador anterior. O que obriga a ter um pensamento em como você vai bater sua mão usando da melhor maneira possível suas cartas. O deck é composto de seis cores numeradas de 1 a 9 e a minha caixinha veio com a expansão da cabra, que é uma carta coringa que vale zero.



Joga de 2 a 6 players e, tranquilamente, é um dos carteados mais divertidos do ano.

Entrou na coleção!

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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Screw UP Bots & Nuts

Potz, não consegui gostar desse aqui. Talvez seja o momento de vida, mas eu não ando conseguindo jogar games assimétricos com cartas com texto que podem soar dúbias. Screw UP Bots and Nuts é um game sobre duas equipes de robôs controladas por uma IA que devem otimizar uma linha d eprodução resolvendo problemas técnicos.



Confesso que achei o visual e iconografia complicadas. É daqueles jogos que, de repente, alguém ganha porque estava com sorte no sorteio de missões pra cumprir.



O game até tem um turno interessante que consiste em recarregar os robôs, trazer um de volta da linha de produção com o bônus e alocar mais robôs. Até tem uma ideia de combate no game, mas que - pelo menos em dois players - não fez muita presença. O game ainda tem uma versão de 2 contra 1 e dupla contra dupla.

Parte boa: o minimalismo de 37 cartas e o preço de R$ 55,00.

#GoGamers